Entenda por que um grupo de pediatras pede para que as aulas nas escolas públicas sejam priorizadas

  • 02/12/2020
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Entenda por que um grupo de pediatras pede para que as aulas nas escolas públicas sejam priorizadas

RIO - Um grupo de 150 pediatras do Rio lança hoje uma campanha cobrando o poder público para preparar e priorizar escolas públicas em planos de retomada às atividades presenciais. Isso significa, segundo eles, priorizar esses espaços em detrimento de outros setores, como comércio, bares e boates.

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— Isso está sendo solenemente ignorado pela sociedade brasileira. O MEC não se manifestou, estados e municípios não fizeram obras, e estamos a menos de dois meses de 2021. Há um risco altíssimo de termos outro ano sem escola, o que seria um massacre para a infância — diz Daniel Becker, do departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro e um dos autores da campanha #LugardeCriançaénaEscola.

A estratégia sugerida pelo grupo é a que tem sido colocada em prática em alguns países europeus que vivem uma segunda onda já estabelecida. Embora a França, o Reino Unido, a Alemanha e a Espanha tenham aprovado medidas muito restritivas em setores da economia, desta vez deixaram as escolas abertas, ao contrário do que aconteceu em março.

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— Para poder reabrir as escolas, primeiro tem que fechar lugares que causam aglomerações e são verdadeiros bailes de contaminação — afirma a pneumologista Patricia Canto, que não tem vínculo com a campanha, mas foi coordenadora-geral de uma pesquisa da Fiocruz que determinou parâmetros seguros para a volta às aulas. — E uma série de medidas de segurança devem ser pensadas para o retorno. O que não é possível é ter que esperar a vacina para que isso ocorra.

Na última semana, o grupo Ciência pela Educação, de pediatras de São Paulo, já havia se manifestado pela volta às aulas presenciais. A posição é apoiada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e das Sociedades de Pediatria de Rio e São Paulo.

"As nossas crianças mais vulneráveis, nas periferias e bairros pobres do país, estão submetidas a sérios riscos para sua saúde. Estão sendo colocadas em creches clandestinas, sem regulamentação; expostas à violência doméstica e urbana, a acidentes de trânsito ou domésticos; com sua segurança alimentar ameaçada; sem estímulo, perdendo janelas importantes para seu aprendizado, desenvolvimento cognitivo e psicomotor, e em risco para transtornos emocionais como depressão e outros", alerta a campanha #LugardeCriançaénaEscola.

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